segunda-feira, 22 de outubro de 2012

No terceiro jejum, Love luta, mas vê defensores decidirem no Engenhão

Atacante foi quem mais finalizou contra o São Paulo, é o mais assediado pelas crianças no estádio, mas não consegue encerrar má fase

Vágner Love se prepara para mais uma finalização.
Vagner Love encara o seu terceiro jejum de gols neste Campeonato Brasileiro. Já ficou sem marcar por oito jogos (entre as rodadas sete e 14), e também por cinco (entre as rodadas 22 e 26), sequência que repete nesta reta final de competição. Contra o São Paulo, a quinta partida em que não consegue balançar as redes, não teve oportunidades claras, ao contrário da rodada anterior, contra a Portuguesa, quando carimbou a trave duas vezes. Apesar de ter sido quem mais finalizou no domingo no Engenhão - cinco vezes - , o camisa 99 viu os defensores fazerem o papel que, em tese, seria o seu: o de decidir. Felipe pegou o pênalti de Luís Fabiano, González marcou o gol da vitória e do alívio, ainda que temporário.

Ao técnico Dorival Júnior, o jejum não incomoda. Pelo menos é o que ele se esforça para externar. Na entrevista coletiva após a partida no Engenhão, voltou a dizer que a fase do seu principal atacante não inspira preocupação. A não ser, pelo que indica o comportamento de Love, para o próprio atacante. No sábado, os titulares se retiraram do gramado na manhã de sol forte do Ninho do Urubu. Love ficou. Treinou pênaltis e, depois, não satisfeito, praticou finalizações com o grupo que não participaria do confronto no dia seguinte.

- O Love não teve chances claras, como já aconteceram, jogadas criadas por ele. Todas as finalizações foram batidas a média distância. Daqui a pouco ele fatalmente vai voltar a fazer gols. Não tenho receio quanto a isso não - disse o treinador.

Vagner Love foi quem mais finalizou contra o São Paulo.
Mesmo em má fase, Vagner Love mantém o carisma. Ao entrar em campo, viu o corredor de crianças praticamente ignorar quem estava à sua frente para cercá-lo, quase o impedindo de andar. A torcida gritou "só Love", mas o momento não é apenas de amor. Pressionado pela vitória do Palmeiras sobre o Cruzeiro, na véspera, o Flamengo não podia mais bater na trave. Logo nos primeiros minutos, o atacante das trancinhas rubro-negras ajeitou para bom chute de Renato. Serviu apenas para acordar o São Paulo, que passou a tentar pressionar. Isolado na frente, recebendo poucas bolas, Love se limitava a correr de um lado para outro, aplaudindo tentativas frustradas de quem deveria servi-lo, ou levantando os braços para cobrar uma jogada melhor executada.

Com Amaral e Aírton, a saída de bola do Flamengo ficou prejudicada. Renato tinha de voltar no sol escaldante do primeiro dia de horário de verão e perdia gás para atacar como planejado. Wellington Bruno, pela primeira vez como titular, ficou sozinho como garçom dos atacantes. Sem saída de bola, foi no chutão. De Renato Santos direto para Liédson escorar com o pé para Love avançar e bater em cima de Rogério Ceni.

O atacante seguiu sem receber a bola em condições de finalizar. A torcida não gritava seu nome, mas o de Felipe. Do outro lado, o São Paulo ameaçava. Teve a grande chance de abrir o placar com um pênalti, mas o goleiro rubro-negro confiou nos gritos de "melhor do Brasil" da torcida e parou Luís Fabiano, em bela defesa. Comemoração com decibéis de gol. Depois da partida, ele revelaria que pulou no canto oposto ao indicado por Vagner Love. Ficou a impressão de que até o goleiro estava alerta para a fase do atacante que, contudo, também sussurrou no ouvido do Fabuloso um pedido para cobrar o pênalti para fora.

Faltando cerca de cinco minutos para o fim do primeiro tempo, pintou a oportunidade. Ou quase isso. Sem ângulo, Love conseguiu apenas forçar Rogério Ceni a ceder um escanteio. O fim da etapa foi melancólico. Somente uma tentativa bisonha de virada de bola do atacante, que a torcida não resistiu a vaiar. O "love" do intervalo foi todo para Felipe.

Na entrada no gramado para o segundo tempo, Love puxou a fila. Se dirigiu à intermediária do seu campo de defesa e reuniu os rubro-negros numa corrente, com som ambiente de "segunda divisão" entoado pela torcida paulista, agora atrás do gol de Felipe. E com reforço. Boa parte da maior facção organizada do São Paulo só entrou no estádio nos primeiros minutos da etapa final.

Vendo o time acuado, recuado, sem saída de jogo, sem opções para atacar, a torcida apelou para o hino enquanto o São Paulo tocava a bola de um lado para o outro na intermediária do Flamengo. Em novo chutão, Love tentou um chapéu no ataque e arrancou um escanteio. Em seguida, recebeu de novo na frente, desta vez em melhores condições. Limpou a marcação no bico da área e fez Rogério Ceni de novo colocar na linha de fundo. Na cobrança, bola vadia quase morreu na rede depois da confusão na área, mas já havia impedimento de Liédson. Minutos depois, Wellington Silva conseguiu boa jogada pela direita e deu para Love na marca do pênalti, à feição para o seu giro característico para o gol. Faltou dominar a bola. O dia não era dele.

Para tentar mudar o panorama ofensivo, Dorival, que já havia lançado Adryan, colocou Hernane. Saíram Wellington Bruno e Liédson. E a sorte voltou. Em lance aparentemente insosso, jogada previsível como reconheceu Dorival Júnior, Adryan cobrou falta pelo lado esquerdo, o chileno González desviou de cabeça e surpreendeu Rogério Ceni. O papel dos atacantes foi feito pela zaga, mas pouco importava no contexto geral. Após o árbitro erguer os braços, Love novamente reuniu os jogadores para uma corrente na intermediária, desta vez com som ambiente mais animador, produzido pela torcida rubro-negra em resposta aos paulistas: "Segunda é o c...".

Se Dorival já enxergou uma virada na sorte rubro-negra, outro fato, ou coincidência, pode sinalizar que a sorte de Love também pode estar para mudar. O último jejum, também de cinco jogos, foi encerrado com um belo voleio diante do Atlético-MG, próximo adversário do Flamengo no dia 31, no estádio Independência.
Fonte: globoesporte.globo.com
                                                         Saudações rubro-negras!!!

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