sábado, 4 de agosto de 2012

Patricia Amorim: 'O torcedor do Flamengo precisa ter mais paciência'

Cielo disputou duas finais olímpicas e ganhou uma medalha. Essa é a competição mais difícil do mundo e um bronze é motivo de comemoração

Patricia Amorim defendeu a participação de Cielo na
Olimpíada.
Mesmo com o Flamengo em crise, sem resultados positivos em campo, a presidente Patricia Amorim pediu licença do cargo e viajou para Londres para acompanhar de perto os Jogos Olímpicos. Desde então ela tem convivido com críticas. Nesta sexta-feira, fez seu papel como dirigente, acompanhou a prova de Cesar Cielo, atleta do Rubro-Negro, e falou com a reportagem do MARCA BRASIL.
Preparando-se para voltar ao Brasil neste sábado, revelou que ainda não havia sido informada sobre o acerto com o atacante Liedson e desabafou ao falar sobre a pressão que tem sofrido e disse que a torcida é muito impaciente. A presidente ainda comentou o corte de telefone na Gávea, avaliou o time no Brasileirão e garantiu que não viajou para passear.

MARCABRASIL: O que você achou da prova do Cielo, ficou decepcionada?


PATRICIA AMORIM: Cielo nunca vai decepcionar o Brasil. Ele disputou duas finais olímpicas e ganhou uma medalha. Essa é a competição mais difícil do mundo e um bronze é motivo de comemoração. Como brasileira, torcedora e presidente do Flamengo, estou muito satisfeita com o desempenho dele. E o atleta pode contar com o nosso carinho.

MBH: Sua viagem para Londres foi muito criticada pela torcida do Flamengo. O que você veio fazer aqui?


PA: Além de acompanhar os atletas do Flamengo, aproveitei que vim a Londres e fui conhecer o Comitê Olímpico dos EUA, suas instalações. Também fui no Crystal Palace (QG do Brasil em Londres) e vi tudo de perto. Isso é importante para a gente, que espera dar ainda mais estrutura aos esportes olímpicos do Flamengo. Foi uma grande correria e um aprendizado enorme.

MBH: Foram oito dias de tranquilidade longe da função de presidente do Flamengo e a pressão que o cargo oferece. O que achou?


PA: Estar aqui é uma outra atmosfera. Muito bacana poder acompanhar de perto. Deu para aproveitar para descansar, aproveitar o espírito olímpico, que não tem cobrança nenhuma. Sou a presidente de um dos maiores clubes do mundo, mas a pressão às vezes extrapola. Não é fácil, tem de ser uma pessoa convicta. É preciso dar uma respirada. As pessoas têm de entender que não vim para Londres de férias. Teve um propósito.

MBH: Além da prova de Cesar César Cielo, conseguiu acompanhar outras competições nos Jogos?


PA: Fui a alguns jogos. Estive em três partidas do vôlei de quadra. Acompanhei a Juliana e a Larissa e compareci a quase todas as provas da natação. Fui na disputa dos 100m, vi a prova do Thiago Pereira, o bronze do Cielo. Fiz muita coisa, não vim para passear, como muitos falaram.

MBH: E o Liedson... Você já sabe que ele é atacante do Flamengo?


PA: Não estou participando diretamente desse caso e até o momento não me ligaram. Como gosto que respeitem o meu trabalho, também respeito o dos outros. Estou afastada do cargo por estar em Londres e quem tem resolvido esse assunto é o Helio Ferraz. Deixei ele à vontade para tudo. Mas sei que ele me ligaria se tivesse acertado com o Liedson.

MBH: Como você vê o caso do corte de telefone devido a contas atrasadas que chegam ao valor de R$ 26 mil?


PA: Vejo esse assunto como uma grande bobagem, pois acontece na casa de qualquer um, na sua, na minha. Garanto que não há falta de dinheiro no clube. Para se ter uma ideia, dia 31 de julho pagamos um ano inteiro da dívida que temos com o Romário. Isso deve ter sido culpa de algum funcionário descuidado que perdeu as contas.

MBH: O Flamengo não tem conseguido uma sequência de bons resultados no Brasileirão, qual sua opinião sobre o time?


PA: O time ainda não é uniforme. É uma mistura de jogadores com mais de 30 anos, que não têm mais o mesmo vigor físico de antes, com uma garotada que ainda não tem maturidade esportiva suficiente para não sentir a pressão. Tem sido muito difícil equilibrar tudo, mas com o Dorival no comando as nossas chances são maiores. O torcedor do Flamengo precisa ter mais paciência. Eles querem tudo para ontem e a pressão acaba atrapalhando ainda mais as coisas.

MBH: Tem visto os jogos?


PA: Vi o 0 a 0 (com a Portuguesa) e a derrota por 4 a 1 para o São Paulo. Depois a internet caiu e não pude acompanhar mais nada. Mas amanhã (sábado) estou de volta para a maratona (risos).

MBH: Você acha que tem condições de se reeleger?


PA: Não tenho projeto de ficar uma vida inteira no poder do Flamengo. Não me vejo 30 anos no cargo. Estou tranquila em relação às eleições. Se tivesse alguém que pudesse oferecer mais que eu posso, até pensaria em não me candidatar. Como não vejo ninguém, mesmo com cobrança, pressão, isso não passa pela minha cabeça. Quero ajudar o clube trabalhando, pensando em projetos que melhorem a estrutura e, consequentemente, a imagem do Flamengo. Vamos pensar mais nos esportes olímpicos, melhorar o futebol, para a gente ter ainda mais representantes nos Jogos do Rio. Em Londres, tivemos 20 atletas e seis treinadores do Flamengo. Podemos melhorar.

MBH: Você está chateada com as críticas que tem recebido?


PA: Procuro não deixar esse tipo de coisa me afetar. Mas é claro que eu não sou respeitada como presidente do Flamengo. Isso é muito triste. As pessoas me ironizam, me diminuem e não têm noção do meu empenho e esforço para ajudar o clube crescer ainda mais. Um dia vão reconhecer tudo que fiz. Eu acredito nisso.
Fonte: marcabrasil.ig.com
                                                             Saudações rubro-negras!!!

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