quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Flamenguista desde pequeno, Ramon lembra que não pôde comemorar hexa

Rubro-negro desde o berço, lateral lembra da festa em 2009 e revela que profissionalismo o impediu de celebrar ao lado dos conterrâneos em Cachoeiro de Itapemirim (ES)

Feliz em defender o clube pelo qual torce, Ramon agora 
sonha com assistência para Adriano.
Preocupado em não acirrar rivalidades ou com julgamentos errados, Ramon não revelou para qual time torcia quando pequeno em sua apresentação ao Flamengo. Ao MAIS, porém, abriu seu coração e confirmou ser torcedor do clube desde pequeno.

Para não parecer que a declaração é típica de quem chega ao Flamengo, o lateral revelou uma situação curiosa que viveu quando ainda atuava pelo Vasco, maior rival do Rubro-Negro:

- Rapaz, em 2009, quando o Flamengo foi campeão, eu estava em Cachoeiro (de Itapemirim, no Espírito Santo, sua cidade natal), no dia do jogo contra o Grêmio. Cidade pequena, interior, mas parou. Parou o Brasil todo, né? E eu via os caras na praça pulando no chafariz, gritando. E não podia fazer nada (risos). Eu estava no apartamento, quieto, só olhando tudo. Me imagino chegando lá campeão da Libertadores. O pessoal de Cachoeiro tem muito orgulho de mim. Minha família toda mora lá. Sempre passo dezembro lá e ouço: “Parabéns, você é cachoeirense, é do Flamengo”. Vejo que sou exemplo - relata o jogador, que deixou São Januário só em 2011, para atuar pelo Corinthians, onde ficou até o meio desta temporada.

Bem articulado, Ramon explica porque não revelou antes que era rubro-negro de coração:

- As pessoas não vão entender. É uma coisa tão idiota. No trabalho, eles não torcem pela empresa deles.

                    Feliz no Flamengo, Ramon projeta títulos e Seleção Brasileira

              

Mundial de Clubes: do game à realidade


Ramon já teve chance de jogar dois Mundiais de Clubes, um pelo Inter, em 2006, e neste ano, quando preferiu trocar o Corinthians pelo Flamengo. Porém, não concluiu o objetivo: da primeira vez, estava na pré-lista, mas como era muito jovem, acabou cortado. Em 2012, a paixão pesou. Caso consiga disputar um pelo Flamengo, espera enfrentar os craques que usa a seu favor no videogame.

- Esse título todo jogador sonha. O mundo para, todo mundo vê o Mundial. É férias aqui, para na Europa também. Campeonato muito gostoso de se jogar. Você vai jogar contra com quem você joga no videogame, você vai marcar. Não dá para marcá-los, mas seria um prazer jogar contra Cristiano Ronaldo, Messi, Xavi, Iniesta ou Kaká - enumerou.

E daria para vencer? O camisa 6 acha totalmente viável:

- Quando jogam contra times daqui da América Latina, os clubes europeus sentem dificuldade pelo posicionamento, que é muito diferente do que eles jogam lá. A possibilidade iguala e as chances aumentam muito de você ganhar um time desses.

Nova era nas laterais ao lado de Wellington Silva


Durante a entrevista, Ramon reconheceu que ainda está longe do seu ápice como profissional, conquistado em 2009, com a camisa do Vasco. Apesar disso, revela ouvir muitos elogios na rua e projeta sucesso total em 2013 ao lado de Wellington Silva, com quem pretende formar uma dupla de laterais tão bem-sucedida quanto foram Léo Moura e Juan:

- Escuto elogios como: “você resolveu o problema da nossa lateral, desde que o Juan saiu a gente não tinha conseguido achar ninguém". Claro que tenho de crescer muito, amadurecer taticamente e técnicamente, mas estou feliz com esse reconhecimento em tão pouco tempo. O Wellington está em fase espetacular, jogando muito bem e tudo dá certo pra ele. Espero que a gente termine essa temporada bem para, quem sabe, no ano que vem iniciar uma nova era dos laterais do Flamengo.

BATE-BOLA:
Ramon
Lateral-esquerdo do Flamengo

M: Por que resistiu tanto em admitir seu clube?
R: As pessoas não sabem separar o profissional da emoção. O Juan, que foi ídolo aqui, já disse que era são-paulino. Não quero sair do Flamengo, mas não sei o dia de amanhã... Se eu tiver que sair? Se um dia jogar em outro clube do Rio? As pessoas não vão entender. É uma coisa tão idiota. No trabalho deles, eles não torcem pela empresa deles. Só torcem quando trabalham lá. Espero que isso mude.

M: Então pode carimbar que você é Flamengo (risos)?
R: Pode falar, até porque eu joguei no Vasco também, nunca deixei de honrar a camisa do Vasco e fui feliz lá.

M: E como é vestir o Manto?
R: Tenho muito carinho pelo Corinthians, mas o Flamengo é diferente. Creio eu que sinto mais que todo mundo o que é jogar no Flamengo, do que é vestir essa camisa. É uma emoção muito grande por eu acompanhar desde pequeno, saber a história, ver gols e saber quem são os ídolos do Flamengo. É inexplicável pra mim estar vestindo a camisa.

M: A Libertadores é seu sonho. Como você imagina a conquista desse título?
R: Vislumbro no Maracanã, sendo o segundo jogo em casa, como no Corinthians. Não faço muitos gols, sempre brinco: “Esse ano já fiz três, então não faço mais”. Prefiro muito mais uma assistência do que o gol. O gol é o ápice do futebol, todo mundo ama fazer, mas me vejo dando uma assistência... Quem sabe eu cruzando para um gol do Love ou Adriano. Ou para o Adryan, que é um garoto promissor, Thomás ou Mattheus. Não tem história melhor que passe na minha cabeça.

M: Esse é o seu sonho. E na realidade? Dá pra montar um time em dois anos pra ganhar a Libertadores?
R: Acredito que sim. Hoje em dia o futebol está muito competitivo. Não é só o craque que sabe jogar com a bola no pé que se sobressai. O futebol está muito compacto, rápido, de muita força e conjunto, não é mais individual. E as equipes que estão incorporando esse lado compacto, de atacar e defender em bloco, como o Corinthians, estão um pouco à frente. O Dorival monta times assim, sem estrelas. Temos tudo para ir longe no Carioca e na Copa do Brasil.

M: Quem são seus ídolos no Flamengo?
R: Na minha posição, gostava muito do Athirson, por seu estilo de jogar. Felipe, Romário... Romário é o top de todos. Gostava muito daquela época do Pet, que fez aquele gol de falta. Aquele gol me marcou muito e acho que nunca vou esquecer.

M: Melhor ano no Vasco e mágoa com cruz-maltinos.
R: Meu melhor ano foi o de 2009. Até hoje não consegui voltar àquele nível porque eu não tive sequência também, fiquei três meses parado. Honrei a camisa do Vasco, só digo que fiquei muito chateado pela maneira que me trataram lá e sou chateado até hoje com isso (com a torcida). Faltou respeito comigo.

M: O que falta para você voltar a ser o Ramon de 2009?
R: Infelizmente a gente não vive uma fase muito boa. Aquele ano (2009) foi um ano no qual tudo conspirou a favor. Ano que vem, a gente montando um time competitivo, o estilo do Dorival bate muito com o meu estilo de jogar. Então eu vejo o ano que vem muito propício a isso, a eu ter esse ápice de novo que ainda não consegui. Digo isso porque sou um jogador muito autocrítico. Sei quando vou bem e sei quando vou mal, não tapo sol com a peneira e não escondo isso de ninguém.

M: Em que nível você está?
R: Meu futebol mudou muito. Com o Tite agora (no Corinthians), eu cresci muito defensivamente, questão de posicionamento. Não é que deixei de ser aquele Ramon ofensivo. Eu amadureci e balanceei as coisas. Hoje, procuro fazer um jogo seguro. Para estar bem, primeiro defendo e depois ataco. Antes eu queria primeiro atacar e pra depois marcar. Eu sou defensor. Tenho que fazer meu papel bem feito atrás para que eu consiga chegar na frente com qualidade. Nos jogos que o Renato tem jogado, tenho encontrado muita facilidade para poder passar, porque ele me cobre muito bem. O Renato me apoia e me ajuda muito na questão da marcação. Eu senti muito a falta dele naqueles jogos (em que Renato não jogou), porque nosso time estava todo destro. Só tinha eu de canhoto. Então pesava muito para o lado direito.

M: Você, de vez em quando, mostra-se meio irritadiço em campo? Vai controlar isso?
R: É uma coisa que tenho de amadurecer. Às vezes por ser muito emotivo, extrapolo não por maldade. Tenho que me controlar mais, não quero ser julgado como maldoso, algo que não sou. Não gosto de ser tachado por algo que não sou.

M: Você está numa grande vitrine do futebol brasileiro. Ainda dá para pensar na Copa de 2014?
R: Acho que eu estou longe. Fiquei um ano no banco no Corinthians e foi um ano providencial para que o Mano montasse o grupo dele, conhecesse. Sei que é uma posição escassa, não só a lateral esquerda, mas as laterais. Tenho 24 anos, na próxima Copa vou ter 25 pra 26, acho que o grupo está meio formado. O Marcelo é um excelente lateral, sou fã dele. Tem o Alex Sandro, que é jovem e tá no Porto agora, um bom jogador. Mas eu não vou desistir, não. Acho que tenho condições, sim. O Flamengo é uma vitrine para isso, tanto que Juan e Léo Moura chegaram. Claro, pelo futebol que apresentaram, mas também pelo Flamengo. Espero evoluir para realizar esse sonho de vestir a camisa da Seleção. Já vesti na base, mas não é a mesma quase que a da principal.

M: Você é fã do Adriano. O que se imagina fazendo ao lado dele?
R: Vi o Adriano jogar quando era moleque, realizei esse sonho no Corinthians e agora tô com ele aqui no Flamengo. É um sonho de criança você ver jogadores assim.

M: É mais especial jogar com ele no Flamengo do que no Corinthians?
R: Muito, muito. Ele é cria do Flamengo, é flamenguista. É mais prazeroso, creio, pra mim estar com Adriano do que para ele estar comigo. Não vejo a hora de ele entrar em campo para eu poder realizar esse desejo.

M: Já pensa num cruzamento para um gol dele?
R: Já penso muito. Num cruzamento rápido ou numa bola bem enfiada para ele chegar chutando e fazer o gol. Quem joga no Flamengo sempre sonha em dar uma assistência para o Adriano.
Fonte: lancenet.com
                                                             Saudações rubro-negras!!!

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