Neste domingo, técnico completa noventa dias no comando do Flamengo na quinta passagem pelo clube
Há exatos três meses, Joel Santana chegava ao Ninho do Urubu para iniciar a sua quinta passagem pelo Flamengo. Depois de assinar contrato até o fim do ano, o treinador foi ao CT, mas não a campo. Limitou-se a ter uma conversa reservada com os jogadores. Depois, vestindo uma camisa polo azul, vermelha e branca, cores do Bahia, seu ex-clube, Joel adentrou a sala de imprensa lotada para conceder uma entrevista coletiva.
- É a quinta vez que venho para essa casa, e que toda vez que estive aqui deu certo. Espero que seja assim desta vez.
Joel Santana no Flamengo: 90 dias de emoções e decepções. |
As primeiras respostas foram de um Joel Santana sério, de fala pausada e baixa. Naquele momento, a principal interrogação girava em torno do relacionamento com Ronaldinho Gaúcho. Foi por bater de frente com o craque que Vanderlei Luxemburgo teve sua saída decretada. O atual treinador adotou tom conciliador e foi além. Disse que o camisa 10 teria liberdade para atuar como bem entendesse, que o time seria montado em função do astro.
Contido e cauteloso no início daquela entrevista, o treinador foi aos poucos se soltando e fazendo habituais brincadeiras com os jornalistas ao dar suas respostas. As frases curiosas também se fizeram presentes. Ao comentar o primeiro contato com os jogadores, Joel disse ter falado pouco e voltou a fazer uso, à sua maneira, de tom conciliador.
- Tivemos um papo romântico.
Libertadores em ruínas
Noventa dias depois, Joel curte o domingo de folga. O clima não é dos mais amorosos no Flamengo. A eliminação precoce na Libertadores e o fracasso do time no Campeonato Carioca transformaram Joel. Hoje, o humor do técnico vive altos e baixos. Às vésperas da semifinal contra o Vasco, pela Taça Rio, já fora da Libertadores, um Joel Santana amargurado concedeu entrevista coletiva e deixou claro seu incômodo com as notícias de que ele poderia ser demitido caso o time perdesse a partida. Na quinta-feira passada, após dias de reclusão em sua sala no CT, usou tiradas e brincadeiras para tentar quebrar o gelo.
Foram três meses duros. De resultados ruins, críticas e incertezas. Até aqui, Joel comandou o time em 19 partidas. Foram 12 vitórias, dois empates e cinco derrotas, com um aproveitamento de 66,6%. O índice é até razoável, mas não o ajuda. Com ele, o Flamengo ganhou bem mais do que perdeu, mas as derrotas foram comprometedoras. Fizeram o principal projeto do clube ruir.
Na Libertadores, o Flamengo disputou seis partidas sob o seu comando: duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Fez oito pontos. Pouco para ficar nas duas primeiras posições e chegar às oitavas de final. Enquanto Lanús, da Argentina, e Emelec, do Equador, equipes de pouca expressão, avançaram, o Rubro-Negro desabou na fase de grupos com 12 gols marcados e dez sofridos.
O jogo contra o Olimpia, no Rio, foi o retrato da campanha pífia. Depois de abrir 3 a 0, o Flamengo permitiu que os paraguaios empatassem nos últimos 15 minutos. Naquele momento, a vitória deixaria a equipe em condição privilegiada para chegar ao mata-mata.
Foram três meses duros. De resultados ruins, críticas e incertezas. Até aqui, Joel comandou o time em 19 partidas. Foram 12 vitórias, dois empates e cinco derrotas, com um aproveitamento de 66,6%. O índice é até razoável, mas não o ajuda. Com ele, o Flamengo ganhou bem mais do que perdeu, mas as derrotas foram comprometedoras. Fizeram o principal projeto do clube ruir.
Na Libertadores, o Flamengo disputou seis partidas sob o seu comando: duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Fez oito pontos. Pouco para ficar nas duas primeiras posições e chegar às oitavas de final. Enquanto Lanús, da Argentina, e Emelec, do Equador, equipes de pouca expressão, avançaram, o Rubro-Negro desabou na fase de grupos com 12 gols marcados e dez sofridos.
O jogo contra o Olimpia, no Rio, foi o retrato da campanha pífia. Depois de abrir 3 a 0, o Flamengo permitiu que os paraguaios empatassem nos últimos 15 minutos. Naquele momento, a vitória deixaria a equipe em condição privilegiada para chegar ao mata-mata.
Lesões em série e lista engessada
Joel Santana. |
Para piorar, os seis estavam inscritos na Libertadores. Foram relacionados por Vanderlei Luxemburgo ainda na fase prévia, quando o time disputou um lugar no Grupo 2 com o Real Potosí, da Bolívia. Por mais de uma vez, Joel correu o risco de ter o banco de reservas desfalcado.
Com o técnico, o Flamengo chegou às semifinais da Taça Guanabara e da Taça Rio. Enfrentou e foi eliminado pelo arquirrival Vasco nas duas. Depois de cinco anos seguidos, o clube deixou de disputar uma final de turno. Um novo objetivo do semestre estava fracassado.
Ponto para Joel: Kleberson
Dispensado no início de 2011 por Vanderlei Luxemburgo, Kleberson foi emprestado ao Atlético-PR, mas jogou pouco e sofreu lesões. De volta ao Ninho nesta temporada, começou a treinar longe do grupo, mas logo foi puxado por Joel. Em uma conversa franca, ouviu do técnico que estava nos planos e que seria reintegrado. Mesmo fora da lista da Libertadores, Kleberson virou titular no Carioca. Fez gols, retomou espaço e virou destaque.
Reformulação em curso
A diretoria decidiu bancar Joel Santana, que agora conduz a reformulação do grupo para o Campeonato Brasileiro. A eliminação no estadual ocorreu em 22 de abril, e o time só volta a jogar em 19 de maio, contra o Sport, no Recife, pela primeira rodada do nacional.
As mudanças feitas até agora: o zagueiro Gustavo foi emprestado ao Atlético-GO, David Braz e Galhardo foram envolvidos na negociação com o Santos para contratar o meia Ibson, o lateral-direito Wellington Silva, ex-Resende, foi contratado, e os garotos Thomás e Lucas voltaram a treinar na base.
Joel passou os últimos dias recluso em sua sala. Segundo ele, analisando erros e acertos individuais e coletivos do time nesses três meses, planejando treinos e redefinindo metas. Segundo o vice de futebol Paulo César Coutinho, o técnico tem o respaldo da diretoria. Ganhou sobrevida.
- Joel chegou com o caldeirão fervendo, no meio de duas competições, com o elenco prejudicado por contusões. Teve que jogar com as cartas que tinha. Acho que daqui para frente será uma avaliação mais justa. Acho injusto pegar um time já montado, desfalcado, com os jogadores inscritos na Libertadores, não dava para fazer mudanças significativas. Fez o que foi possível fazer. Essa pausa forçada talvez tenha um lado positivo. Teve mais tempo para trabalhar o grupo, conhecer melhor. Daqui para frente vamos poder fazer uma avaliação justa do Joel. É um técnico que já provou muito dentro do futebol e merece esse voto de confiança.
Jogos do Flamengo com Joel Santana em 2012:
Flamengo 1 x 0 Madureira
Flamengo 2 x 0 Nova Iguaçu
Lanús 1 x 1 Flamengo
Resende 1 x 3 Flamengo
Vasco 2 x 1 Flamengo
Flamengo 1 x 2 Boavista
Duque de Caxias 1 x 2 Flamengo
Flamengo 1 x 0 Emelec
Flamengo 2 x 0 Fluminense
Flamengo 3 x 3 Olimpia
Friburguense 0 x 1 Flamengo
Volta Redonda 2 x 4 Flamengo
Olimpia 3 x 2 Flamengo
Flamengo 2 x 1 Bangu
Emelec 3 x 2 Flamengo
Vasco 1 x 2 Flamengo
Flamengo 3 x 0 Lanús
Flamengo 3 x 1 Americano
Flamengo 2 x 3 Vasco
Fonte: globoesporte.com
Saudações rubro-negras!!!
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